A logística é, por natureza, uma atividade global. Movimentamos mercadorias, insumos e informações em redes que atravessam fronteiras e conectam mercados. No entanto, quanto mais avançamos em tecnologia e integração, mais percebemos a importância do regionalismo como elemento estratégico para a eficiência e a competitividade.
O regionalismo na logística não significa isolamento, mas a valorização das características, vantagens e particularidades de cada território. Ele se manifesta no aproveitamento da infraestrutura disponível, na integração com fornecedores e clientes locais, no uso inteligente dos modais mais adequados à região e, principalmente, na adaptação cultural e operacional às realidades específicas.
No Nordeste, por exemplo, contamos com ativos logísticos de grande relevância, como o Porto de Suape, a malha rodoviária que conecta estados vizinhos e a crescente presença de centros de distribuição de empresas nacionais e internacionais. Esses fatores, aliados ao capital humano local e a uma compreensão profunda do mercado, permitem desenvolver operações mais ágeis, sustentáveis e de custo otimizado.
O regionalismo também impulsiona a inovação. Ao entender os desafios e oportunidades de um território, é possível criar soluções logísticas personalizadas, que aumentam a eficiência e fortalecem a relação com clientes e parceiros. Essa proximidade gera confiança, reduz riscos e promove um crescimento econômico mais equilibrado.
No futuro, a logística continuará sendo global, mas a competitividade estará diretamente ligada à capacidade de cada empresa de se integrar regionalmente. Saber operar com excelência em um território específico é um diferencial que não se perde — pelo contrário, se multiplica quando conectado a uma rede maior. É nessa combinação entre o local e o global que enxergamos o caminho para uma logística mais inteligente, sustentável e competitiva.
Por Felipe Trigueiro – Presidente do LIDE Logística e CEO e fundador da FTLOG Soluções em Logística