A falta de esperança e o sentimento de desânimo para conseguir um emprego têm afetado milhões de brasileiros nos últimos anos. Apesar do percentual de pessoas entre 18 e 24 anos que não estuda e nem trabalha, os famosos “nem-nem”, ter diminuído no país – de acordo com dados da OCDE – essa característica ainda é preocupante, já que esses jovens enfrentam diversas dificuldades para continuar os estudos e, consequentemente, para ingressar no mercado de trabalho. Assim, o papel da família, das universidades – com benefícios atrativos para o ingresso no ensino superior – e até dos professores vem se destacando de forma eficaz para a transformação deste cenário.
A 5ª edição da pesquisa “O que realmente os alunos pensam sobre o ensino superior”, realizada pelo Instituto Semesp e pela Worklove, aponta que 80% dos estudantes pretendem ingressar em uma instituição de ensino superior no próximo ano. E mais de 97% dos entrevistados concordam que o estudo é uma forma de ascensão social, apesar das barreiras financeiras para conseguir concretizar esse sonho.
Nesta perspectiva, iniciativas como processos seletivos para bolsas de estudos, simuladões e feiras de profissões que orientam os alunos sobre carreiras e caminhos para ingressar nas universidades, têm mostrado resultados positivos, aumentando o interesse e a participação dos estudantes no ENEM e nos vestibulares.
E o papel do professor universitário também é essencial. Outra pesquisa também realizada pelo Instituto Semesp aponta que para os estudantes, além do conhecimento técnico, o docente ideal também deve estar preparado para aconselhá-los. A porcentagem é maior (24,2%) entre os universitários matriculados em cursos de ensino a distância, tendo em vista a necessidade de maior apoio acadêmico. Mas, entre os estudantes de cursos presenciais (13,1%) e semipresenciais (18,8%) também existe esse desejo. Essa é uma expectativa compreensível dos alunos, porque no ensino superior os professores estabelecem uma relação mais próxima com eles ao longo do curso, exatamente devido às afinidades profissionais. Além disso, as oportunidades que surgem no ambiente universitário, como estágios, projetos de extensão, iniciação científica e empresas juniores, por exemplo, podem confundir os jovens. E o professor deve estar lá para tirar dúvidas e estimular a continuidade da carreira do aluno.
Assim, apesar dos desafios, o ensino superior é um diferencial significativo no mercado de trabalho. De acordo com o índice ABMES/Symplicity de Empregabilidade 2023 (IASE), cerca de 75% dos egressos do ensino superior conseguiram emprego em até um ano após a colação de grau, e mais de 83% atuam em sua área de formação. O salário médio dos profissionais graduados também aumentou, passando de R$ 3.800 para R$ 4.200.
Profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI) estão entre os mais bem remunerados, com salários cerca de 50% acima da média nacional. E o setor de engenharias também apresenta altos índices de empregabilidade.
Garantir o acesso e a permanência dos alunos – e futuros profissionais – no ensino superior é essencial para a capacitação profissional. Assim, iniciativas que promovem a orientação vocacional e o apoio contínuo aos estudantes são fundamentais para construir um futuro com mais oportunidades.
Por Leandro Mendes Lopes, que tem 20 anos de atuação no mercado educacional do ensino superior, reitor de uma das unidades da Wyden já foi docente nos cursos de Administração, RH e Marketing