Quando me formei no início dos anos 2000, o tema da minha placa de formatura foi este ‘Contadores do século XXI’ sendo carregado de vários desafios e incertezas que enfrentaríamos no exercício de nossa profissão.
Hoje, mais de vinte anos depois de minha formatura, o tema ainda é atual. Nós, contadores brasileiros do século XXI, estamos diante de mais uma transformação que impactará em muito nosso cotidiano contábil: a reforma tributária. A promessa é de simplificação e reorganização do complexo sistema tributário brasileiro, pelo menos parte dele, já que a reforma trata, basicamente, dos impostos sobre o consumo. Entre as principais mudanças estão a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que trazem novos desafios e oportunidades para a profissão contábil, exigindo adaptação, conhecimento técnico e visão estratégica.
Essas mudanças transformarão o papel do contador, que deverá, cada vez mais, se afastar das tarefas meramente operacionais e se tornar um consultor estratégico para as empresas onde atuam. A simplificação prometida pela unificação dos impostos, poderá ser uma oportunidade ímpar para que os contadores se concentrem mais nas informações estratégicas da entidade, na projeção de cenários econômicos e na elaboração de estratégias fiscais que otimizem a carga tributária de seus clientes.
Numa visão futura do cenário tributário brasileiro, a função do contador irá além da conformidade fiscal: envolverá a capacidade de prever e interpretar mudanças regulatórias, propor ajustes rápidos e orientação da gestão para decisões baseadas numa visão integrada do negócio.
A certeza que sempre tive foi a de que os desafios sempre surgirão na caminhada profissional contábil; e, que, investir na minha qualificação e atualização, não é, e nunca foi, apenas uma necessidade, mas uma estratégia fundamental para o sucesso e desempenho profissional. Com os diversos cenários que se desenham em nosso horizonte, nos depararemos com a inteligência artificial trazendo uma revolução nas rotinas contábeis, e, cada vez mais, deixaremos no passado o papel de guardião dos números, e nos tornaremos verdadeiros estrategistas que desempenharão um papel essencial no processo decisório das organizações.
Por Marcos Barbosa – Contador e docente dos cursos da área de Negócios da Wyden