Em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo, o marketing pessoal deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade. No mercado de seguros, em especial, onde confiança, credibilidade e relacionamentos sustentam o crescimento, saber gerir a própria imagem e planejar a carreira é tão estratégico quanto dominar produtos ou técnicas de vendas.
O ponto de partida é o autoconhecimento. Nenhuma estratégia de marketing pessoal se sustenta sem clareza sobre pontos fortes, limitações e valores. Essa reflexão interna é a base para alinhar como o profissional se enxerga e como deseja ser percebido. Um exercício simples, mas poderoso, é definir três palavras que representem a própria identidade no trabalho. Essa autoavaliação permite ajustar a imagem transmitida e construir uma trajetória mais coerente com o que se é, de fato.
Nesse processo, a autenticidade deve ser preservada. Marketing pessoal não é encenação, mas a gestão consciente da comunicação verbal e não verbal, da reputação, do networking e da imagem. É fundamental compreender a diferença entre imagem, ou seja, a percepção momentânea, e reputação, que representa a sustentação duradoura dessa percepção. Se a imagem pode oscilar, a reputação é construída no tempo, com ética, consistência e valores claros.
A evolução do marketing, do 1.0 ao 6.0, oferece aprendizados aplicáveis também ao indivíduo. Do foco no produto ao protagonismo da tecnologia, passando pela sustentabilidade, cada etapa demonstra que as relações só se fortalecem quando há propósito e relevância. No plano pessoal, esses conceitos se traduzem em presença profissional sólida, marca autêntica e reputação baseada na entrega de valor real.
O ambiente em que o profissional se insere também impacta diretamente sua percepção de valor. Por isso, ferramentas como a análise SWOT ajudam a mapear forças e fraquezas internas, além de identificar oportunidades e ameaças externas. Nesse contexto, o networking se torna indispensável. Construir relações genuínas, cultivar presença digital estratégica e participar ativamente de eventos reforçam a marca pessoal. O LinkedIn, em especial, deve ser utilizado como vitrine profissional, não apenas como currículo estático.
Outro componente essencial é a definição de metas claras. O modelo SMART — metas específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais — orienta o planejamento de carreira de curto, médio e longo prazo. Sem objetivos bem definidos, a trajetória profissional tende a se perder em improvisos, enquanto o mercado exige clareza, foco e consistência.
No setor de seguros, os desafios e tendências tornam esse planejamento ainda mais urgente. Novas gerações de clientes, o avanço de tecnologias como inteligência artificial e Big Data, os riscos cibernéticos e a pauta da sustentabilidade moldam o presente e o futuro da atividade. Além disso, o envelhecimento da população impõe transformações profundas na previdência e na saúde suplementar. Nesse cenário, aprender continuamente, com disposição para desaprender e reaprender, é condição indispensável para se manter competitivo.
A mensagem final é clara: cada profissional é protagonista da própria carreira. Delegar o desenvolvimento a fatores externos é abdicar do controle sobre o futuro. No mercado de seguros, onde relações pessoais e profissionais se entrelaçam de forma decisiva, a construção de uma marca pessoal sólida deve ser pautada por autenticidade, valores verdadeiros e entrega constante de valor. Afinal, como diz a máxima, sorte é quando a preparação encontra a oportunidade.
Wendell Barros, diretor do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne)