Recente pesquisa do Grupo IAUDIT, especializado em auditorias, realizado a partir do seu canal de denúncias, aponta que mais de 41% dessas denúncias recebidas por empresas brasileiras, são de assédio moral, abuso do poder empregatício e, em grande parte, agressões físicas decorrentes de desvios de comportamento. Ainda segundo dados da pesquisa, os setores com mais denúncias de assédio, entre 2019 e 2023, são saúde (52%), indústria (60%) e comércio e serviço (52,83%).
“São denúncias diversas no ambiente do trabalho, no que a gente chama de violências laborais. É importante a gente reforçar que a agressão física muitas vezes vem encadeada de atos desviantes do contexto laboral, com o que chamam de brincadeiras, mas situações desagradáveis e na maioria das vezes, de cunho sexual”, explica a especialista e professora de Direito da Faculdade Nova Roma, Ana Flávia Dantas, reforçando que não deve ser admitido num ambiente de trabalho, ou em qualquer outro local, apelidos de conotação pejorativa, homofobia, racismo, etarismo e misoginia.
De acordo a pesquisa citada, 46% dos denunciantes declaram quem é o funcionário denunciado, sendo 37,61% deles, líderes, fiscais e encarregados. Já 32,90% são supervisores e coordenadores; e 16,84% administradores, gerentes, executivos e chefes. “Ou seja, quem deveria ser o exemplo é aquele que mais comete”, completa.
Segundo Ana Flávia Dantas, as denúncias devem ser feitas a partir de qualquer incomodo que a vítima esteja passando. “Em muitas empresas já há canais para denúncia e é importante se certificar disso e usá-lo. Se algo lhe incomoda naquele ambiente, um comentário, algum olhar diferente de um colega, até mesmo a sensação de perseguição, deve ser feita a denúncia”, alerta. Essa denúncia, ainda de acordo com Ana Flávia Dantas, pode ser feita de forma anônima.