No Brasil, cerca de 20% dos medicamentos que são descartados acabam nas redes de esgoto ou no lixo comum. Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a população brasileira gera mais de 10 mil toneladas por ano de resíduos em medicamentos sem um sistema de descarte adequado. E o resultado deste cenário é trágico tanto para a saúde pública quanto para o meio ambiente.
“Grande parte das pessoas têm como hábito descartar medicamentos vencidos ou sem uso no lixo doméstico ou, até mesmo, nas privadas. Isso acontece principalmente por falta de informação ou conscientização. No entanto, o descarte incorreto traz uma série de riscos, já que pode ser utilizado por terceiros ou até mesmo por animais, resultando em reações adversas sérias, intoxicações e podendo ser, até mesmo, fatal”, explica Alex Lucena, farmacêutico e coordenadora do curso de Farmácia do Centro Universitário Estácio Recife.
Além disso, completa o farmacêutico, o descarte de medicamentos pelo esgoto ou até mesmo a absorção pelo solo nos aterros sanitários é extremamente prejudicial ao meio ambiente, fazendo com que as substâncias químicas contidas nos produtos cheguem aos rios, córregos e lençóis freáticos, podendo contaminar a água que bebemos e até mesmo os nossos alimentos.
“Outro impacto grave também diz respeito à saúde. O descarte inadequado de antibióticos é bastante preocupante, pois, se ingeridos por pessoas sem indicação médica, podem desencadear resistência bacteriana a essas substâncias”, completa Alex Lucena.
O farmacêutico explica que, para que o descarte seja feito corretamente, o ideal é que os medicamentos vencidos ou sem uso sejam entregues em locais específicos. Para facilitar o acesso à população, a Estácio Recife instalou uma caixa de coleta em seu campus, na Avenida Abdias de Carvalho, nº 1678, na Madalena, onde qualquer pessoa pode descartar os fármacos. Os produtos deixados no ponto de coleta serão separados e destinados corretamente por empresas parceiras.