Próxima segunda, dia 5 de fevereiro, é celebrado o Dia Nacional da Mamografia, exame essencial para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A data é uma das formas de sensibilizar as mulheres sobre a importância da realização periódica do exame, já que o câncer de mama é a neoplasia mais frequente entre as mulheres.
Segundo o INCA, Instituto Nacional do Câncer, no Brasil a previsão é de que 74 mil novos casos de câncer de mama serão diagnosticados por ano até 2025. Diante deste cenário, o Dia Mundial da Mamografia é alerta sobre a importância da prevenção, rastreamento e detecção precoce da doença. Com o diagnóstico precoce, o tratamento é facilitado e as chances de cura aumentam.
Evidências científicas demonstram que o rastreamento do câncer de mama através da realização periódica da mamografia reduz a mortalidade causada pela doença (INCA, 2022). “Infelizmente, o autoexame das mamas não apresentou impacto na mortalidade feminina pela doença e acabou não sendo mais recomendado. Apesar disso, a mulher deve ser encorajada a conhecer o próprio corpo e procurar atendimento caso note qualquer sintoma ou modificação nas mamas”, afirma a Dra. Giovanna Milan, Ginecologista e Obstetra, e docente do IDOMED.
A mamografia é um exame radiológico das mamas, capaz de detectar nódulos, cistos, microcalcificações e assimetrias mamárias, mesmo em mulheres assintomáticas. O exame está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes a partir dos 40 anos, com a ampliação da faixa etária, segundo dados divulgados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e Sociedade Brasileira de Mastologia.
Mulheres identificadas como de alto risco para a doença podem iniciar o rastreamento mais precocemente, dependendo do fator de risco associado. E pacientes de qualquer faixa etária, sintomáticas ou com suspeita de alterações mamárias ao exame físico, podem realizar o exame na rede pública. Segundo o INCA, um exame de mamografia de alta qualidade tem precisão diagnóstica em cerca de 90% dos casos, possibilitando a detecção de um tumor de pequeno tamanho e/ou baixa densidade até dois anos antes de atingir a área de linfonodos.
A médica Giovanna Milan explica que detecção precoce e o tratamento adequado do câncer de mama possibilitam alta chance de cura e sobrevida em relação à doença. “Quando há alterações na mamografia, podem ser necessários exames complementares como a ultrassonografia e a ressonância magnética das mamas. Na suspeita de câncer, é importante o atendimento especializado pelo mastologista, a fim de realizar biópsia da lesão mamária para confirmação da doença, geralmente através da punção por agulha grossa (core biopsy ou mamotomia) ou por remoção cirúrgica incisional ou excisional”, conclui a Dra. Giovanna.
Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).
Boas práticas de saúde, alimentação saudável, controle de peso, realização de atividade física regular e evitar hábitos nocivos, como álcool e tabaco, ainda são os pilares da prevenção de qualquer doença.
Importância do autocuidado
Cuidar da saúde é importante, mesmo que falte vontade ou motivação. Além disso, é algo que aumenta a sensação de bem-estar, por isso, é fundamental se priorizar e encontrar um horário para a mamografia e outros acompanhamentos periódicos.
O psicólogo e docente do curso de Psicologia da Wyden, Fabrício Otoboni, faz um importante alerta: “O papel do psicólogo é dar suporte emocional para enfrentamento dos obstáculos com olhar positivo. Muitas mulheres não fazem mamografia com medo do exame, para evitar o desconforto do procedimento ou até mesmo pela possibilidade de diagnóstico de câncer. Por isso é fundamental o acompanhamento de um profissional para a saúde mental do paciente”, explica.