Com o período de férias escolares se aproximando, o professor de odontologia da Estácio, Rômulo Chaves, alerta para a importância da saúde bucal de toda a família. Segundo o especialista, é preciso observar qualquer alteração na boca, gengivas e dentes, pois a cavidade oral abriga uma comunidade microbiana complexa.
Microbiota oral e desequilíbrio
Uma comunidade microbiana complexa
A boca contém mais de 700 espécies de bactérias, além de fungos, vírus, protozoários e arqueias. Muitos desses microrganismos coexistem em harmonia (eubiose), mas o desequilíbrio pode levar a patologias locais e sistêmicas.
Sinais de alerta e quando procurar um especialista
Sintomas que não devem ser ignorados
Feridas que não cicatrizam, odor persistente, sangramentos e dor são sinais de alerta. Nesses casos, é recomendada avaliação odontológica integral, considerando a rotina, hábitos e condições clínicas do paciente.
Bactérias ligadas a doenças graves
- Porphyromonas gingivalis (P. gingivalis) — principal patógeno periodontal, associada à periodontite, aterosclerose, doenças cardiovasculares, câncer oral e colorretal, artrite reumatoide e complicações gestacionais.
- Fusobacterium nucleatum (F. nucleatum) — ligada ao câncer colorretal e possivelmente ao câncer de pâncreas; pesquisas associam subespécies como FnaC2 ao desenvolvimento tumoral.
- Outros micróbios — estudos identificaram cerca de 23 bactérias e 4 fungos (por exemplo, Eubacterium nodatum, Parvimonas micra e Candida sp.) relacionados a maior risco de câncer de pâncreas e outras neoplasias.
Avaliação integral e prevenção
Prevenção e cuidado regular
Uma boca sem feridas, sem mau odor, sem sangramentos e sem dor reflete boa saúde bucal. A manutenção do equilíbrio microbiano passa por higiene adequada, consultas regulares ao dentista e avaliação integral que considere hábitos, dieta e histórico clínico. Ao identificar sinais de alerta procure um especialista para diagnóstico precoce e manejo adequado.
