Neste primeiro semestre de 2025, o Eixo Profissionalização, da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), alcançou a marca dos 623 certificados emitidos pelo Parque Profissionalizante. O feito é fruto do trabalho do eixo que vem mudando a rotina e a vida dos adolescentes nas unidades que agora se sentem mais preparados e com boas perspectivas para o ingresso do mercado de trabalho no pós medida socioeducativa.
Impacto da Profissionalização
Dos 421 adolescentes atendidos pela Funase, 337 jovens e adolescentes são atendidos pelo Eixo Profissionalização e participam de, pelo menos, uma atividade profissionalizante, ou seja, aproximadamente 80,05% da população está inserida em ações que visam o desenvolvimento de habilidades e competências para o mundo do trabalho, contribuindo para a inclusão social, para a construção de novos projetos de vida e para a diminuição da reincidência na instituição.
Resultados da Gestão Atual
Em 2018 e 2019, os índices de reincidência oscilavam entre 50% e 43%. Em 2024, registou-se o menor valor da linha histórica dos últimos dez anos: 38,58%. A marca é reflexo da atual gestão, que tem investido em estratégias de integração social mais eficazes, com foco na qualificação profissional, no fortalecimento dos vínculos familiares e no acompanhamento individualizado dos adolescentes em cumprimento de medida.
Cursos em destaque
Dentro desta nova realidade, cursos como Barbearia, Corte de Cabelo, Informática e Eletrônica Básica são os mais procurados e já beneficiaram instituições como a Casa de Acolhida da Comunidade Rodolfo Aureliano (CRAUR), por meio de uma ação social de corte de cabelo, que uniu a prática profissional à reflexão sobre o papel social da profissão.
Depoimento Inspirador
Além disso, a barbearia do Case Timbaúba, a “Barber Tranks“, funciona diariamente, promovendo autoestima, autoconfiança e o senso de empreendedorismo entre os adolescentes.
“O Parque, pra mim, foi essencial, muito importante. Enquanto eu estava na internação — e principalmente quando saí — foi um apoio. Quando eu estava lá, eu tinha uma visão diferente. Eu via outras pessoas, via pessoas que já tinham sido privadas de liberdade, que estavam estagiando, trabalhando aqui, e isso me dava uma esperança muito grande, uma força muito grande também. Me fez me dedicar bastante, não desistir da escola, porque eu queria continuar fazendo o curso, queria conseguir um estágio. Foi muito importante”, revelou E.F.A., egressa da Funase que hoje trabalha no Parque.
Futuras Oportunidades
Atualmente, são oferecidos 20 cursos no Parque Profissionalizante Professor Paulo Freire (PPPPF) e nas unidades socioeducativas, contemplando desde a internação provisória a regimes de internação e semiliberdade. Além dessas, há formações promovidas por meio de convênios com instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), o que amplia o leque de oportunidades.
Parcerias para Expansão
A busca por novas parcerias, públicas ou privadas, é contínua e estratégica, visando expandir o número de vagas, diversificar as áreas de atuação e oferecer uma qualificação profissional ainda mais alinhada às exigências do mercado de trabalho.
Vale destacar que, em seus quatro anos de existência, o Parque Profissionalizante já emitiu 6.340 certificados e, segundo Valdir Peixoto, coordenador do Eixo Profissionalizante, “para o segundo semestre de 2025, a expectativa é expandir a oferta de cursos por meio da parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco (SEDEPE), além de articular, com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e instituições de ensino, a criação de um programa de aprendizagem voltado aos jovens da Funase, ampliando vagas de estágio e jovem aprendiz. Através dessas ações, visamos dar continuidade a transformação da realidade dos jovens, possibilitando a construção de condições concretas de formação técnica e fonte de renda”.