ARTIGO
Investimentos em infraestrutura representam uma das bases fundamentais para o desenvolvimento sustentável de um país: Saneamento Básico, Rodovias, Energia Elétrica, Telecomunicações, Gás Natural, Portos e Aeroportos, dentre outros, são imprescindíveis para que um País possa ter uma economia dinâmica e estar preparado para novos tempos.
Pensando nisso, e cumprindo sua missão de gerar impactos positivos na sociedade, o LIDE Pernambuco pretende incentivar discussões de alto nível sobre infraestrutura, envolvendo o setor empresarial, a classe política e a sociedade civil organizada, com visão de longo prazo, independentemente das mudanças nos governos. O LIDE defende uma abordagem de longo prazo para a infraestrutura, com monitoramento permanente, e considera importante a participação ativa da sociedade civil.
Quando acontece uma calamidade como a do Rio Grande do Sul nos deparamos com diversas questões de infraestrutura. Uma enchente como estamos assistindo, além de ceifar vidas, destruir memórias e corroer o tecido econômico, tem imagens dramáticas e avassaladoras. Acontece como um estrondo de uma bomba atômica. Mas há outras calamidades, decorrentes da falta de infraestrutura, que são silenciosas. A seca no Nordeste e a falta de saneamento básico, só para citar duas situações importantes, também ceifam vidas, destroem memórias e corroem o tecido econômico, mas não acontecem como uma bomba, de uma única vez, acontece no dia a dia, de forma quase imperceptível, dada a ausência de planejamento ou lentidão na realização das obras.
Olhar o Passado serve para identificar o que não foi feito, o que poderia ter sido feito melhor, aperfeiçoar o planejamento e a matriz de riscos, para não estarmos sempre correndo atrás do prejuízo, para que possamos ser mais resilientes. Olhar o Presente, significa entender que o “Gestor de Plantão” tem que enfrentar a realidade atual com as armas que dispõe, e precisa ser apoiado na sua missão. Precisa ter obsessão por resultados e por enfrentar a burocracia para fazer mais rápido. Olhar o futuro, analisando o passado e o presente, vendo o que deu certo e o que deu errado, buscando entender as razões para que o déficit de infraestrutura seja tão gritante e propor novas soluções que nos levem a uma situação melhor no futuro.
Os investimentos em infraestrutura precisam ir além dos ciclos políticos. Precisamos de um planejamento de longo prazo que ultrapasse as barreiras de uma administração para a outra, garantindo a continuidade dos projetos essenciais, independentemente das mudanças nos governos e dos orçamentos públicos.
O LIDE entende que o modelo onde o Setor Público é o grande investidor/construtor não mais se sustenta e não vai garantir a infraestrutura que o País precisa. O Setor Privado precisa ser chamado ao desafio, trazendo recursos e expertise para que os investimentos aconteçam num prazo menor, de forma mais consistente e com mais qualidade. Planejamento e contratos de longo prazo, com regras claras e regulação eficiente podem mudar essa realidade. Isso não é tarefa para um só Governo. Isso precisa ser um compromisso transparente para toda a Sociedade e ser seguido e aperfeiçoado por todos os Gestores que vierem no futuro.
Roberto C. Tavares é Presidente do LIDE Infraestrutura/PE e Sócio da ÉfficoPar. Já foi Presidente da Compesa e da Associação Brasileira de Empresas de Saneamento (AESBE)